quinta-feira, 8 de outubro de 2015

POR QUE NÃO ANDAR DE ÔNIBUS COLETIVO: CONTRADIÇÃO E INCOERÊNCIA NESTE INÍCIO DO SÉCULO XXI.

POR QUE NÃO ANDAR DE ÔNIBUS COLETIVO: CONTRADIÇÃO E INCOERÊNCIA NESTE INÍCIO DO SÉCULO XXI.
Por Alexandre Ceccon ( outubro/2015)

Vamos fazer um passeio no tempo para entender por que o trânsito fica cada vez mais caótico na cidade de Campinas, para não falar de outros municípios que provavelmente também estão passando pelos mesmos sintomas, que tentarei descrever nesta reflexão.

Para início de conversa temos que nos conduzir por um período histórico que mostra como as cidades cresceram e como seu trânsito foi tratado neste contexto histórico.

1 SIMPOI 2009 – ANAIS - Mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras: um estudo sobre os impactos do congestionamento Paulo Tarso Vilela de Resende e Paulo Renato de Sousa – Fundação Dom Cabral

Ao observar este quadro podemos dizer que a culpa toda é do crescimento da frota de veículos nos grandes centros. Vamos nos reportar a um outro quadro histórico que se passa nos grandes centros urbanos.
         Fonte: IPEA 2014

Observando agora esses dados pode-se entender o por que as pessoas deixam de ir de ônibus coletivo para irem individualmente de carro para suas atividades. Ainda percorrendo o processo histórico os dados abaixo continua a mostrar de como está sendo tratado o transporte coletivo que é um serviço público de bem social.


Neste quadro podemos verificar que tem uma incoerência com relação aos preços praticados nas tarifas de ônibus dos centros urbanos em relação ao custo do transporte individual. Como podemos ver os preços dos ônibus e metrôs não acompanharam a redução de custeio que o transporte individual vivenciou. É de se indagar por que isso vem ocorrendo? Que tipo de cálculo vem se praticando para que essa diferença apareça? Qual é a confiabilidade das planilhas de custo já que é grande a diferença entre a passagem e o custeio.

Agora vamos observar um quadro de tempo que se leva de casa ao trabalho. Assim poderemos ter mais um parâmetro de análise por que os cidadãos preferem ir de carro em vez de utilizar transporte público.

Agora podemos observar que na coluna 2 temos uma variação do tempo entre 30 e 50 minutos de casa para o trabalho nos grandes centros. Se pegarmos os gastos com o custo de combustível podemos observar que o consumo de gasolina ainda fica mais vantajoso que comprar uma tarifa de ônibus. Mesmo os municípios promovendo política de integração das tarifas. Não podemos conceber que se o volume de passageiros médio de um ônibus não pague seus custos para que ele seja muito mais vantajoso que o transporte individual. Por que essa discrepância?
       Fonte IPEA – 2014

Aqui podemos ver claramente que o custo do transporte urbano cresceu além dos itens que poderia promover um preço de passagem coerente com a realidade. Novamente faço a indagação por que?

O tempo de deslocamento com o transporte urbano na região metropolitana de São Paulo².

2 Tendências e desafios da mobilidade urbana no Brasil. Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho* e Rogério Boueri Miranda. ** Fórum Nacional (Sessão Especial) Visões do Desenvolvimento Brasileiro. E nova Revolução Industrial – a maior desde 1790 Rio de Janeiro, 10 e 11 de setembro de 2014.


Também estou considerando que nas outras regiões metropolitanas o tempo seja tão alto proporcionalmente quanto estes para o tamanho urbano e população local de cada realidade. Aqui estamos afunilando para mostrar que alguma coisa na realidade das tarifas  dos transportes urbanos não anda coerente com os dados mostrados nesta análise.

Mesmo com o aumento do número de acidentes ocorrido nos grandes centros urbanos, da a impressão que os gestores tenham grande dificuldades em aplicar uma política pública inclusiva de transporte coletivo e que trate os custos desse transporte com isonomia de princípios. Proporcionando um aumento gradativo e incoerente com os custos apresentados nas pesquisas e dados apresentados aqui. Quanto desse custo e subsidiado pelos cofres públicos.

Sou um leigo na área de transporte público. Contudo, especialista na área de gestão pública. Uma vez que as políticas públicas inclusivas vem sendo renegado a condição de coadjuvantemente para dar lugar a uma política de interesses particulares e lucratividade impiedosa. Qual e o poder do sistema de concessão do transporte publico tem em relação aos interesses majoritários do bem comum?
Essas perguntas aqui apresentadas necessitam de respostas adequadas. E que só dizer que, o custo da planilha vem subindo por motivos do aumento dos preços está ultrapassado.

No caso do município de Campinas e região metropolitana o que podemos avaliar?

No município de Campinas estamos vivendo uma situação bem atípica os cobradores foram retirados de suas funções e foi implantado o sistema de bilhete único que serve para o passageiro se deslocar.

O Preço da passagem não caiu e sim subiu transformando a passagem de Campinas uma das mais cara do Brasil. As linhas estão sendo reduzidas e incorporadas a outras provocando a mudança de percurso e ampliando o tempo de viagem de um ponto a outro. A qualidade dos ônibus vem decaindo, se fizermos uma avaliação da frota poderemos constatar que um grande número dos coletivos da cidade tem alguma avaria. Não possui ar-condicionado, trafegam em velocidade que os passageiros têm que ter habilidades de equilibristas. Culpa dos motoristas, ou é a pressão que eles sofrem para cumprir o horário versos itinerários apertados para serem cumpridos.

Em cima dessas argumentações que são poucas que fiz e se aprofundar os estudos serão levantados muito mais motivos mostrarão a incoerência nessa política pública que trazem muitas indagações e controversas que deveriam ser apuradas e debatidas na sociedade campineira e no Brasil.


BIBLIOGRAFIA

ESTUDOS E PESQUISAS Nº 586 - IPEA - Tendências e desafios da mobilidade urbana no Brasil Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho* e Rogério Boueri Miranda ** Fórum Nacional (Sessão Especial) Visões do Desenvolvimento Brasileiro E nova Revolução Industrial – a maior desde 1790 Rio de Janeiro, 10 e 11 de setembro de 2014.

SIMPOI 2009 – ANAIS - Mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras: um estudo sobre os impactos do congestionamento Paulo Tarso Vilela de Resende e Paulo Renato de Sousa – Fundação Dom Cabral

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