sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

O BAMBU COMO SOLUÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL E NA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

Hoje com a realidade que temos na degradação do meio ambiente para aquisição dos recursos naturais para a produção dos materiais  necessários para a construção civil é devastador. Venho aqui propor um estudo sobre a utilização do BAMBU como um recursos que podem facilitar e baratear todo o processo da construção civil para moradia de base e de produção agrícola num processo de sustentabilidade. Para isso, estou sugerindo aos interessados a assistirem os vídeos abaixo. A métodos de utilização do BAMBU mais simples ao mais sofisticado. Sempre com a pretensão do equilíbrio e sustentabilidade do meio ambiente.

https://youtu.be/E81dSA4nTvc  construção e algumas consequências
https://youtu.be/iaG1bvcSm7g   Como fazer encaixe 
https://youtu.be/bP2DtD3Nqtc   2/4
https://youtu.be/9TOGGERcfsM  tratamento com fogo
https://youtu.be/YYEPUpG3f4M  curvando bambu
https://youtu.be/5oXoOUzbUjc curso de como tratar o bambu e utilizar
https://youtu.be/gDQFSZE3jzs estudos sobre a potencialidade do bambu
https://youtu.be/Dv7dT6FCW8k tratamento do bambu
https://youtu.be/BBdSDqnNCWc como fazer manutenção e técnica de construção
https://youtu.be/xrc7-JQICPg laminados de bambu

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O Golpe dado no Governo Popular no Brasil de 2016 veio com uma nova roupagem do que foi dado em 64.

O Golpe dado no Governo Popular no Brasil de 2016 veio com uma nova roupagem que foi dado em 64.

Assista este vídeo com a entrevista do Tenente Coronel Erimá Pinheiro Moreira ao Instituto Presidente João Goulart.


Milton Santos já dizia:
“... Uma outra globalização supõe uma mudança radical das condições atuais, de modo que a centralidade de todas as ações seja localizada no homem: a precedência do homem. Sem dúvida, essa desejada mudança apenas ocorrerá no fim do processo, durante os quais os reajustamentos sucessivos se imporão. Nas presentes circunstâncias a centralidade é ocupada pelo dinheiro, em suas formas mais agressivas, um dinheiro em estado puro sustentado por uma informação ideológica, com a qual encontram simbiose...”
Sustentada pela informação ideológica capitalista como a REDE GLOBO que impões o ritmo, desta vez não mais com os militares como foi nas décadas de 60 e 70 e sim com o judiciário. Agora está ocorrendo novamente em toda a América Latina o novo modelo de golpe nas nações do centro e sul do continente americano é o GOLPE JUDICIÁRIO.
Quando a imprensa alternativa coloca que o Juiz Sérgio Mouro foi fazer treinamento no Estados Unidos, me parece encaixar como uma luva repetindo a história dos golpes militares. A história se repetindo com uma nova roupagem.



quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O Brasil mergulha hoje em águas turvas e barrentas 31/08/2016

O Brasil entra hoje em águas turvas e barrentas como a barragem de samarco que provocou mortes e destruições quem perdeu e vão perder são os mais pobre e vulneráveis.

Depois de um longo período de conspiração pela oposição eles conseguiram culminar hoje dia 31 de agosto de 2016 no afastamento do governo petista que esteve a frente da gestão da nação por 13 anos. Para que eles pudessem chegar a esse ponto da história, tiveram que provocar uma estagnação na economia brasileira que ao longo desse período teve melhoras nunca visto na história da república brasileira.
Como foi essa conspiração? Quais as estratégias que usaram para provocar uma queda brutal da economia brasileira casada com uma crise internacional? Vamos fazer essa narrativa, após as eleições de 2014 onde a presidenta Dilma Rousseff obteve mais de 54 milhões de votos para um segundo mandato, os partidos derrotados nas urnas por diversas vezes nos meses que se seguiram entram com pedidos na justiça para impugnar a presidenta eleita. Como não havia nenhuma condição para essas solicitações puseram a montar a estratégia de uma conspiração parlamentar para casar o mandato da presidenta eleita. No seu primeiro ano de governo de 2015, frente a diversas dificuldades econômicas e políticas. A mais grave ação que posso me referir foi da política, pois, foi dentro do congresso que se deu a conspiração. Porque conspiração, porque o partido do vice e o próprio vice articulou com forças de oposição ao governo para aplicar-lhe o golpe. A câmara dos deputados começa a não votar as matérias encaminhadas pelo executivo para regular a economias brasileira. Além de não votarem ou rejeitarem as matérias de reforma e ajustes que o executivo encaminhava, também criavam leis inconstitucionais que deveriam ser vetadas pela presidenta, assim provocando um atrito entre o executivo e o legislativo. No início de 2016 o PMDB coloca na presidência da câmara o deputado Eduardo Cunha como presidente. e  a partir daí, a câmara fica 4 meses sem instalar comissões de estudos das matérias importantes para a saúde econômica brasileira e nem votação colocava em pauta essa matérias para votação no plenário da câmara. Porque? É que no final de 2015 descobre-se a podridão da ficha do Deputado Eduardo Cunha, só que fora eleito presidente da casa legislativa passa a controlar e ter privilégios de poder. Com a recusa da bancada do PT em votar na absolvição do relatório para processar o referido deputado, ele faz ameaças. Cria-se juntamente com o PSDB uma petição de impedimento da Presidenta Dilma. Este partido contrata por 45 mil reais (fique atento pelo número pago a advogada Janaina) para fazer um documento denuncia de crime de responsabilidade fiscal. Este documento começou a ser preparado salvo engano já com os procurador e auditor do Tribunal de Contas da União no segundo semestre de 2015, como ficou comprovado na própria confissão.
"Na abertura do segundo dia do julgamento de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, nesta sexta-feira (26), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) pediu à presidência dos trabalhos, a cargo do ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, a desqualificar o depoimento de uma das testemunhas da acusação, o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Antônio Carlos Costa D’Ávila.
No dia anterior, D’Ávila confirmou ter auxiliado o procurador junto ao TCU Júlio Marcelo na representação que viria a ser a base da peça de impeachment contra Dilma. Atribui-se a ele a criação do termo “pedaladas fiscais” e sua atuação para ajudar o amigo fundamentar uma denúncia que caiu em suas mãos de maneira muito sinistra, como apontou o advogado da presidenta Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo. A colaboração entre auditor e procurador, entre outros ilícitos, fere o princípio da imparcialidade."
Portanto, hoje no afastamento da presidenta Dilma Rousseff pelo senado federal, deixa o executivo um projeto de governo popular que procura diminuir as diferenças sociais e entra um projeto de governo neoliberal com princípios totalmente oposto, aja visto, que as demandas das matérias que vem sendo encaminhando a câmara dos deputados são a redução drástica de retirada dos direitos (benefícios sociais).
Então estamos diante de águas turvas e barrentas estarão afundando nessas águas a classe médias e principalmente os mais pobres que provavelmente num futuro próximos perderão tudo aquilo que conquistaram com um governo de esquerda e popular.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Quem não cabe no Orçamento do Brasil?

Fonte: http://www.viomundo.com.br/denuncias/laura-carvalho-faz-o-melhor-resumo-do-golpe-de-michel-temer.html acesso em 28 de jun 2016, às 08:21h.

Laura Carvalho faz o melhor resumo do golpe de Michel Temer publicado no WWW.VIAMUNDO.COM.BR

Quem não cabe no Orçamento do Brasil?
No levantamento realizado pelos pesquisadores Pablo Ortellado, Esther Solano e Lucia Nader em São Paulo, durante as manifestações pró-impeachment do dia 16 de agosto de 2015, dois temas chamaram a atenção.
Entre os manifestantes, 97% concordaram total ou parcialmente que os serviços públicos de saúde devem ser universais, e 96% que devem ser gratuitos.
Já sobre a universalidade e a gratuidade da educação, o apoio foi de 98% e 97% dos manifestantes, respectivamente.
Isso é um resquício de junho de 2013″, afirmou Pablo Ortellado a uma reportagem do El País de 18/08/2015.
O resultado deste tipo de levantamento, quando somado aos resultados nas urnas das últimas quatro eleições presidenciais, sugerem que o pacto social que deu origem à Constituição de 1988 não foi desfeito.
Ao contrário, as demandas nas ruas desde 2013 e nas ocupações das escolas desde 2015 têm sido por melhorias nos serviços públicos universais, e não pela redução na sua prestação.
A regra Temer-Meirelles prevê que as despesas primárias do governo federal passem a ser reajustadas apenas pela inflação do ano anterior.
Se vigorasse no ano passado, e outros gastos não sofressem redução real, as despesas com saúde teriam sido reduzidas em 32% e os gastos com educação em 70% em 2015.
Pior. Se o PIB brasileiro crescer nos próximos 20 anos no ritmo dos anos 1980 e 1990, passaríamos de um percentual de gastos públicos em relação ao PIB da ordem de 40% para 25%, patamar semelhante ao verificado em Burkina Faso ou no Afeganistão.
E se crescêssemos às taxas mais altas que vigoraram nos anos 2000, o percentual seria ainda menor, da ordem de 19%, o que nos aproximaria de países como o Camboja e Camarões.
A Constituição não cabe no orçamento”, argumentam seus defensores, na tentativa de transformar em técnica uma decisão que deveria ser democrática.
De fato, há uma contradição evidente entre desejar a qualidade dos serviços públicos da Dinamarca e pagar impostos da Guiné Equatorial.
O que esquecem de ressaltar é que os que pagam mais impostos no Brasil são os que têm menos condições de pagá-los.
Se os que ganham mais de 160 salários mínimos por mês tem 65,8% de seus rendimentos isentos de tributação pela Receita Federal, fica um pouco mais difícil determinar o que cabe e o que não cabe no orçamento.
O fato é que as propostas do governo interino não incluem nenhum imposto a mais para os mais ricos, mas preveem muitos direitos a menos para os demais.
Os magistrados conseguem reajuste de seus supersalários, mas a aposentadoria para os trabalhadores rurais é tratada como rombo.
A cultura, a ciência e a tecnologia ou o combate às desigualdades deixam de ser importantes.
O pagamento de juros escorchantes sobre a dívida pública não é sequer discutido, mas as despesas com os sistemas de saúde e educação são tratadas como responsáveis pela falta de margem de manobra para a política fiscal.
Essas escolhas estão sendo feitas por um governo que não teve de passar pelo debate democrático que só um processo de eleições diretas pode proporcionar.

A democracia caberia no orçamento. O que parece não caber é a nossa plutocracia oligárquica.

"Esta matéria vem mostrar que a política do Estado mínimo dos neoliberais estão sendo implantadas a revelia da vontade popular. E portanto, cada cidadão tem que se fazer presente nas manifestações pro democracia e para a permanência da estrutura do Estado que atenda a todos como direito constitucional e como preceito de igualdade de direito humanitário. As bandeiras que que pedem a taxação das grandes fortunas, das remessas de divisas para o exterior, de uma revisão e gradação da tabela de imposto de renda, farão que o Brasil supere seu problema de caixa e de investimentos sociais e promova a ampliação desses direitos humanitários." meu comentário. 

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Brexit: Mais do que nunca, uma ilha

Fonte: http://brasildebate.com.br/brexit-mais-do-que-nunca-uma-ilha/ acesso em 27/06/2016 às 08:05h

Marcelo Manzano
24/06/2016 16:17

Brexit: Mais do que nunca, uma ilha

Impossível dizer para onde caminhará a Europa e o mundo, depois da saída do Reino Unido da União Europeia. A possibilidade de se estar presenciando o estopim de um aprofundamento do desarranjo mundial que se estende desde 2008 é grande.
    Quem poderia imaginar que justamente da terra de Adam Smith e David Ricardo, berço do liberalismo econômico, viria o mais potente petardo contra o projeto de integração europeu? Mais do que isso, que os argumentos racionais e até certo ponto generosos dos clássicos da economia seriam suplantados pela retórica medíocre e oportunista de dois populistas de direita, duas figuras caricatas que parecem ter brotado entre os cogumelos nos jardins da rainha.
    Ao que tudo indica – e as bolsas assim já precificam – a decisão tomada pelo povo britânico no dia 23, a favor do Brexit, ameaça desordenar o tabuleiro mundial e principalmente europeu com grande letalidade.
    De cara, o mapa do resultado eleitoral da ilha revela um futuro sombrio e de inevitável desmantelamento do reino bretão. A começar pela impressionante unanimidade entre os eleitores da Escócia, onde nada menos que 100% dos distritos registraram maioria contrária ao rompimento com o bloco europeu.
    Em contrapartida, no País de Gales e nas infinitas e bucólicas cidades do interior, o voto a favor da saída foi massivo, revelando que o eleitorado de mais idade, de renda média, com menor escolaridade e mais tradicionalmente “British” aposta no rompimento com a Europa como atalho para retomar a glória da Inglaterra vitoriana (silly boys!).
    Já nas grandes e antigas cidades do cinturão operário do Norte (Liverpool, Manchester e Leeds), que pariram a Revolução Industrial e deram origem aos movimentos operários, prevaleceu o voto contrário ao Brexit, embora nas também importantes e ex-industriais Sheffield e Birmingham o mesmo não tenha ocorrido – o que é uma vergonha.
    Londres, claro, cosmopolita e financista como nenhum outro rincão do planeta, votou majoritariamente pela continuidade da aliança com o continente – pesou também nessa tendência dos londrinos o grande número de jovens, universitários e imigrantes que se concentram na cidade e que enxergam na integração um horizonte mais vasto para seus projetos de vida.
    Noves fora, o quadro de discórdia explicitado pelo referendo deverá ser sucedido por processos de cisões internas e externas de toda ordem. Não só os escoceses já anunciaram que querem um novo referendo para decidir o rompimento com o Reino (e aposto todas as fichas que sairão), como também os galeses, irlandeses do norte e até mesmo os ingleses do North(vermelho) deverão dar corda a movimentos separatistas que encontrarão cada vez mais motivos para romper os nexos com a asfixiante da City londrina.
    É um vexame! Parece que os ilustrados da velha ilha meteram o sorvete no nariz e agora será difícil evitar o esfacelamento do que restava de vigor trabalhista e mesmo de uma direita conservadora mais responsável. Perdidos em infindáveis debates principistas sobre qual seria o melhor esteio da democracia (a tecnocracia do parlamento europeu ou a tradição secular do britânico) e reféns do oportunismo de curto prazo de Mr. Cameron (moleque que prometeu o referendo para vencer a eleição com o apoio dos xenófobos) as tradicionais forças políticas britânicas foram atropeladas por uma cambada de “homens médios”.
    Sob a liderança do quase patológico Nigel Farage (líder do Ukip e inventor do Brexit) e do idiossincrático Boris Johnson (ex-prefeito de Londres, do Partido Conservador, que faz um tipo “família Adams”, mas que é esperto como um Eduardo Cunha sem contas na Suíça), os britânicos deverão assistir em breve o cenário político degenerar ainda mais.
    Sem os votos progressistas dos escoceses e com o Labour Party em profunda crise de identidade, restará aos britânicos referendar a aliança entre o tinhoso e provável próximo Primeiro Ministro, Mr. Boris Johnson, e o infame Farage – a dupla terá que lidar com um dos momentos políticos mais turbulentos da vida britânica nas últimas décadas e certamente fará história.
    Obviamente, essa maré de água azeda deverá cruzar o Canal da Mancha e disseminar as razões dos eurocéticos pelas terras do continente. Holanda, Dinamarca e República Tcheca já estão preparando seus plebiscitos – com o agravante de que nestes casos o rompimento deverá ser também com a moeda comum, o que coloca sérias dúvidas quanto à sobrevivência do Euro.
    Impossível dizer para onde caminhará a Europa e o mundo. A possibilidade de se estar presenciando o estopim de um aprofundamento do desarranjo mundial que se estende desde 2008 é grande. Lamentavelmente, mais do que nunca, a frase do conservador Ortega y Gasset, escrita para o contexto europeu de 1927, parece fazer irritante sentido ainda em nosso tempo e lugar: “a característica do momento é que a alma vulgar, sabendo que é vulgar, tem a coragem de afirmar o direito da vulgaridade e o impõe a toda parte”.
    Crédito da foto da página inicial: Hannah Mckay/EPA/Agência Lusa

segunda-feira, 16 de maio de 2016

A Previdência Social não tem déficit por Eduardo Fagnani publicado na revista Brasil de Fato

É professor do Instituto de Economia da Unicamp, pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho (CESIT) e coordenador da rede Plataforma Política Social.
Eduardo Fagnani

A Previdência Social não tem déficit. 
Desde 1989 nunca se cumpriu rigorosamente o que reza Constituição, no que diz 
respeito ao financiamento da Seguridade Social, da qual Previdência é parte. A
parcela que cabe ao governo não é considerada, o que serve para alardear um falso 
déficit e justificar mais ‘reformas’ com corte de direitos.
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As conquistas do movimento social das décadas de 1970 e 1980 contrariaram os interesses dos detentores da riqueza. Em grande medida, isso se devia ao fato de que mais de 10% do gasto público federal em relação ao PIB passou a ser vinculado constitucionalmente à Seguridade Social.
Desde a Assembleia Nacional Constituinte até os dias atuais, esses setores desenvolvem ativa campanha difamatória e ideológica orientada para “demonizar” a Seguridade Social e, especialmente, o seu segmento da Previdência Social, cujo gasto equivale a 8% do PIB.
Nesta campanha prepondera o vale-tudo para recapturar esses recursos. Em flagrante confronto com a Constituição da República, especialistas esforçam-se para “comprovar” a inviabilidade financeira da Previdência, para justificar nova etapa de retrocesso nesses direitos.
O objetivo deste artigo é assinalar que não existe déficit na Previdência, caso seja considerado o que a Constituição da República Federativa do Brasil manda fazer e o modo como determina que sejam executados os procedimentos.
O modelo tripartite de financiamento da Seguridade
A Seguridade Social é ao mesmo tempo o mais importante mecanismo de proteção social do País e um poderoso instrumento do desenvolvimento. Além de transferências monetárias para a Previdência Social (Rural e Urbana), contempla a oferta de serviços universais proporcionados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS), pelo Sistema Único de Segurança Alimentar e Nutricional (Susan) e pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), com destaque para o programa seguro-desemprego.
Para financiar a Seguridade Social (artigo 194 da Constituição Federal), os constituintes de 1988 criaram o Orçamento da Seguridade Social (artigo 195), um conjunto de fontes próprias, exclusivas e dotadas de uma pluralidade de incidência.
As contribuições sociais pagas pelas empresas sobre a folha de salários, o faturamento e lucro, e as contribuições pagas pelos trabalhadores sobre seus rendimentos do trabalho integram esse rol exclusivo de fontes do Orçamento da Seguridade Social, com destaque para:
– Receitas da Contribuição previdenciária para o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) pagas pelos empregados e pelas empresas;
–  Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das Empresas (CSLL);
– Contribuição Social Para o Financiamento da Seguridade Social, cobrada sobre o faturamento das empresas (Cofins);
– Contribuição para o PIS/Pasep para financiar o Programa do Seguro-Desemprego e para financiar os programas de desenvolvimento do BNDES, igualmente cobrada sobre o faturamento das empresas;
–  Receitas das contribuições sobre concurso de prognósticos e as receitas próprias de todos os órgãos e entidades que participam desse Orçamento.
Destaque-se que a CSLL e a Cofins foram criadas pelos constituintes para financiar os benefícios típicos da Seguridade Social (Previdência Rural, Benefício de Prestação Continuada e SUS, público, gratuito e universal). Essas contribuições estavam previstas no documento “Esperança e mudança: uma proposta de governo para o Brasil” (PMDB, 1982).
Com o Orçamento da Seguridade Social, os constituintes estabeleceram o mecanismo de financiamento tripartite clássico (trabalhador, empresa e governo, através de impostos) dos regimes de WelfareState.
Estudos realizados pelo IPEA (2006) demonstram que para um conjunto de 15 países da OCDE, em média, os gastos com a Seguridade representam 27,3% do PIB e são financiados por 38% da contribuição dos empregadores; 22% pela contribuição dos empregados; e 36% da contribuição do governo (por meio de impostos gerais pagos por toda a sociedade). Em cinco países (Dinamarca, Irlanda, Luxemburgo, Reino Unido e Suécia), a participação do governo é relativamente mais elevada.
No Brasil, a contribuição estatal que deve integrar essas contas é muito pequena. Em 2012, de um total de R$ 317 bilhões utilizados para pagar benefícios previdenciários, as contribuições exclusivamente previdenciárias (empresas e trabalhadores) somaram R$ 279 bilhões (88% do total). A parcela estatal propriamente dita seria de apenas 12%, um montante muito inferior à terça parte (33%) que caberia numa conta tripartite.
Se nessa conta fossem consideradas as renúncias fiscais, outros R$ 22 bilhões comporiam as receitas previdenciárias, cabendo ao Tesouro tão somente complementar 5% do total das despesas previdenciárias. Uma conta insignificante, de R$ 16 bilhões, 0,33% do PIB (ANFIP, 2013).
Portanto, os constituintes de 1988 seguiram a experiência internacional clássica e ratificaram o sistema tripartite introduzido por Getúlio Vargas na década de 1930 e seguido desde então, inclusive pela ditadura civil e militar.
Os reformadores de 1988 vincularam constitucionalmente recursos do Orçamento da Seguridade Social, para evitar uma prática corrente na Ditadura Militar: a captura, pela área econômica, de fontes de financiamento do gasto social.
Naquela época, em vez de a política econômica financiar a política social, a política social financiava a política econômica. Aquela lógica invertida assim continuou (invertida) pelos governos democráticos a partir de 1990.
“Déficit” e contribuição do governo
Desde 1989 nunca se cumpriu rigorosamente o que reza a Constituição, no que diz respeito aos princípios da Organização, Financiamento e Controle Social da Seguridade Social (consultar FAGNANI E TONELLI VAZ, 2013).
Como mencionado, o artigo 194 da Constituição Federal declara que a Previdência Social é parte integrante da Seguridade Social e conta com recursos do Orçamento da Seguridade Social (artigo 195).
Contrariamente ao que determina a Constituição, os Poderes Executivo (MPAS, MPOG, MF e BC) e Legislativo não consideram a Previdência como parte da Seguridade Social. Desde 1989, o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) adota critério contábil segundo o qual a sustentação financeira da Previdência depende exclusivamente das receitas próprias do setor (empregados e empregadores).
A parcela que cabe ao governo no sistema tripartite não é considerada. Essa lacuna leva, inexoravelmente ao “déficit” do Regime Geral de Previdência Social (Urbano e Rural).
Essa prática contábil só serve, unicamente, para criar, alardear um falso déficit e justificar mais ‘reformas’ com corte de direitos. São invencionices, pois desconsideram os artigos 165, 194, 195 e 239 da Constituição.
A Seguridade Social é superavitária
O governo jamais organizou a Seguridade Social e apresentou o Orçamento da Seguridade como ordenam os dispositivos constitucionais mencionados.
Alguns especialistas (GENTIL, 2007) e instituições têm desenvolvido esforço metodológico nesse sentido. Esses estudos revelam que o Orçamento da Seguridade Social sempre foi superavitário. Em 2012, por exemplo, apresentou saldo positivo de R$ 78,1 bilhões (as receitas totalizaram R$ 590,6 bilhões e as despesas atingiram R$ 512,4 bilhões) (ANFIP, 2013) (Tabela 1).
tabela seguridade
tabela seguridade2
Portanto, à luz da Constituição, não há como se falar em “déficit” na Previdência Social. Na verdade, sobram recursos que são utilizados em finalidades não previstas na lei. Assim, como ocorria na ditadura, a Seguridade Social continua a financiar a política econômica.
Captura de recursos da Seguridade Social
O Orçamento da Seguridade Social tem-se mantido superavitário, mesmo com a instituição da atual Desvinculação das Receitas da União (DRU), em 1994, que captura 20% dessas receitas para serem aplicadas livremente pela área econômica.
Com subtração de recursos e com muitas manobras que inflavam artificialmente as despesas, fizeram da Seguridade uma importante fonte para o ajuste fiscal do período. Só em 2012, a DRU retirou da Seguridade Social R$ 52,6 bilhões. O acumulado, só para o período 2005-2012, totaliza mais de R$ 286 bilhões (ANFIP, 2013).
Da mesma forma, o Orçamento da Seguridade Social tem-se mantido superavitário mesmo com o aprofundamento da política de concessão de isenções fiscais para setores econômicos selecionados iniciado nos anos de 1990, quando, por exemplo, o setor do agronegócio foi isentado de contribuir para a Previdência Rural.
Essa política foi aprofundada a partir de meados da década passada. Em 2012, as isenções tributárias concedidas sobre as fontes da Seguridade Social (CSLL, PIS/Pasep, Cofins e Folha de Pagamento) totalizaram R$ 77 bilhões (1,7% do PIB). Em 2013 a ANFIP previa que elas atingiriam 2,7% do PIB no ano seguinte (ANFIP, 2013).
Assim como a DRU, esse processo também deprime o superávit da Seguridade Social e poderá comprometer sua sustentação financeira no futuro.
A Previdência é parte da Seguridade Social
Em 1988, a sociedade concordou em assegurar proteção à velhice para milhões de trabalhadores rurais que começaram a trabalhar nas décadas de 1940, sem registro na carteira e em condições de semiescravidão. Houve naquele momento um pacto social para resgatar uma injustiça histórica cometida contra esse segmento.
Por outro lado, a Carta de 1988 fixou uma contribuição com base muito limitada para financiar o estoque de trabalhadores rurais e o fluxo de novos beneficiários. Essa base de contribuição é ainda mais restringida pelas isenções fiscais dadas ao agronegócio exportador (Emenda Constitucional 33/1997).
Entretanto a Cofins e a CSLL, criadas em 1988, suprem o financiamento deste benefício típico da seguridade. Essas contribuições foram instituídas para que o Estado cumpra sua parte no sistema tripartite.
Em suma, à luz da Constituição da República, não se pode considerar a Previdência Social apartada da Seguridade Social. Mais especificamente, não se pode excluir o financiamento da Previdência Social (Rural e Urbana) do conjunto de fontes que integram o Orçamento da Seguridade Social que sempre foi superavitário.
Portanto, não há como se falar em “déficit” na Previdência Social. Nas contas dos resultados financeiros do RGPS apresentados pelo MPAS, além da devida e pronta compensação das renúncias, é necessário acrescer a contribuição do Estado, para complementar a base de financiamento tripartite do modelo. Se as contas da Previdência Social fossem assim apresentadas, o mito do déficit estaria desmascarado.
NOTAS
Artigo escrito para o projeto “ Política, Planejamento e Gestão das Regiões e Redes de Atenção à Saúde no Brasil” (Região e Redes – Caminho para a Universalização da Saúde no Brasil).  Baseado em Fagnani e Tonelli Vaz (2013).
REFERÊNCIAS
ANFIP (2013). Análise da Seguridade Social 2012. Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil e Fundação ANFIP de Estudos da Seguridade Social – Brasília: ANFIP, 2013, 131 p.
FAGNANI, E. e TONELLI VAZ, F. (2013). Seguridade social, direitos constitucionais e desenvolvimento. In: FAGNANI. E. & FONSECA, A (ORG). (2013 – B). Políticas sociais, universalização da cidadania e desenvolvimento: educação, seguridade social, infraestrutura urbana, pobreza e transição demográfica. São Paulo, Fundação Perseu Abramo (ISBN, 978-85-7643-178-7).
GENTIL, Denise, L. (2007) Política econômica e Seguridade Social no período pós-1994. Carta Social e do Trabalho, n.7. Campinas: Instituto de Econômica da Unicamp: Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho. Publicação eletrônica (www.eco.unicamp.br)
IPEA (2006). Brasil – o estado de uma nação – mercado de trabalho, emprego e informalidade. Tafner, P (editor). Brasília: Ipea.
PMDB (1982). Esperança e mudança: uma proposta de governo para o Brasil. Revista do PMDB, ano II, n. 4. Rio de Janeiro: Fundação Pedroso Horta.
Crédito da foto da página inicial: EBC
 Fonte: http://brasildebate.com.br/a-previdencia-social-nao-tem-deficit/#sthash.ArIbYETw.HKtsW0h8.dpuf

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

POR QUE NÃO ANDAR DE ÔNIBUS COLETIVO: CONTRADIÇÃO E INCOERÊNCIA NESTE INÍCIO DO SÉCULO XXI.

POR QUE NÃO ANDAR DE ÔNIBUS COLETIVO: CONTRADIÇÃO E INCOERÊNCIA NESTE INÍCIO DO SÉCULO XXI.
Por Alexandre Ceccon ( outubro/2015)

Vamos fazer um passeio no tempo para entender por que o trânsito fica cada vez mais caótico na cidade de Campinas, para não falar de outros municípios que provavelmente também estão passando pelos mesmos sintomas, que tentarei descrever nesta reflexão.

Para início de conversa temos que nos conduzir por um período histórico que mostra como as cidades cresceram e como seu trânsito foi tratado neste contexto histórico.

1 SIMPOI 2009 – ANAIS - Mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras: um estudo sobre os impactos do congestionamento Paulo Tarso Vilela de Resende e Paulo Renato de Sousa – Fundação Dom Cabral

Ao observar este quadro podemos dizer que a culpa toda é do crescimento da frota de veículos nos grandes centros. Vamos nos reportar a um outro quadro histórico que se passa nos grandes centros urbanos.
         Fonte: IPEA 2014

Observando agora esses dados pode-se entender o por que as pessoas deixam de ir de ônibus coletivo para irem individualmente de carro para suas atividades. Ainda percorrendo o processo histórico os dados abaixo continua a mostrar de como está sendo tratado o transporte coletivo que é um serviço público de bem social.


Neste quadro podemos verificar que tem uma incoerência com relação aos preços praticados nas tarifas de ônibus dos centros urbanos em relação ao custo do transporte individual. Como podemos ver os preços dos ônibus e metrôs não acompanharam a redução de custeio que o transporte individual vivenciou. É de se indagar por que isso vem ocorrendo? Que tipo de cálculo vem se praticando para que essa diferença apareça? Qual é a confiabilidade das planilhas de custo já que é grande a diferença entre a passagem e o custeio.

Agora vamos observar um quadro de tempo que se leva de casa ao trabalho. Assim poderemos ter mais um parâmetro de análise por que os cidadãos preferem ir de carro em vez de utilizar transporte público.

Agora podemos observar que na coluna 2 temos uma variação do tempo entre 30 e 50 minutos de casa para o trabalho nos grandes centros. Se pegarmos os gastos com o custo de combustível podemos observar que o consumo de gasolina ainda fica mais vantajoso que comprar uma tarifa de ônibus. Mesmo os municípios promovendo política de integração das tarifas. Não podemos conceber que se o volume de passageiros médio de um ônibus não pague seus custos para que ele seja muito mais vantajoso que o transporte individual. Por que essa discrepância?
       Fonte IPEA – 2014

Aqui podemos ver claramente que o custo do transporte urbano cresceu além dos itens que poderia promover um preço de passagem coerente com a realidade. Novamente faço a indagação por que?

O tempo de deslocamento com o transporte urbano na região metropolitana de São Paulo².

2 Tendências e desafios da mobilidade urbana no Brasil. Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho* e Rogério Boueri Miranda. ** Fórum Nacional (Sessão Especial) Visões do Desenvolvimento Brasileiro. E nova Revolução Industrial – a maior desde 1790 Rio de Janeiro, 10 e 11 de setembro de 2014.


Também estou considerando que nas outras regiões metropolitanas o tempo seja tão alto proporcionalmente quanto estes para o tamanho urbano e população local de cada realidade. Aqui estamos afunilando para mostrar que alguma coisa na realidade das tarifas  dos transportes urbanos não anda coerente com os dados mostrados nesta análise.

Mesmo com o aumento do número de acidentes ocorrido nos grandes centros urbanos, da a impressão que os gestores tenham grande dificuldades em aplicar uma política pública inclusiva de transporte coletivo e que trate os custos desse transporte com isonomia de princípios. Proporcionando um aumento gradativo e incoerente com os custos apresentados nas pesquisas e dados apresentados aqui. Quanto desse custo e subsidiado pelos cofres públicos.

Sou um leigo na área de transporte público. Contudo, especialista na área de gestão pública. Uma vez que as políticas públicas inclusivas vem sendo renegado a condição de coadjuvantemente para dar lugar a uma política de interesses particulares e lucratividade impiedosa. Qual e o poder do sistema de concessão do transporte publico tem em relação aos interesses majoritários do bem comum?
Essas perguntas aqui apresentadas necessitam de respostas adequadas. E que só dizer que, o custo da planilha vem subindo por motivos do aumento dos preços está ultrapassado.

No caso do município de Campinas e região metropolitana o que podemos avaliar?

No município de Campinas estamos vivendo uma situação bem atípica os cobradores foram retirados de suas funções e foi implantado o sistema de bilhete único que serve para o passageiro se deslocar.

O Preço da passagem não caiu e sim subiu transformando a passagem de Campinas uma das mais cara do Brasil. As linhas estão sendo reduzidas e incorporadas a outras provocando a mudança de percurso e ampliando o tempo de viagem de um ponto a outro. A qualidade dos ônibus vem decaindo, se fizermos uma avaliação da frota poderemos constatar que um grande número dos coletivos da cidade tem alguma avaria. Não possui ar-condicionado, trafegam em velocidade que os passageiros têm que ter habilidades de equilibristas. Culpa dos motoristas, ou é a pressão que eles sofrem para cumprir o horário versos itinerários apertados para serem cumpridos.

Em cima dessas argumentações que são poucas que fiz e se aprofundar os estudos serão levantados muito mais motivos mostrarão a incoerência nessa política pública que trazem muitas indagações e controversas que deveriam ser apuradas e debatidas na sociedade campineira e no Brasil.


BIBLIOGRAFIA

ESTUDOS E PESQUISAS Nº 586 - IPEA - Tendências e desafios da mobilidade urbana no Brasil Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho* e Rogério Boueri Miranda ** Fórum Nacional (Sessão Especial) Visões do Desenvolvimento Brasileiro E nova Revolução Industrial – a maior desde 1790 Rio de Janeiro, 10 e 11 de setembro de 2014.

SIMPOI 2009 – ANAIS - Mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras: um estudo sobre os impactos do congestionamento Paulo Tarso Vilela de Resende e Paulo Renato de Sousa – Fundação Dom Cabral